6.30.2007

ESPECTACULAR DESPISTE EM ARTÉRIA FATAL

FELGUEIRAS

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O Fiat Uno que «travou» o Fiesta

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Pormenor do Fiesta que originou o «espectáculo», que nem por isso terá ficado muito danificado


A Avenida Dr. Leonardo Coimbra, foi sempre uma artéria muito atribulada no que toca a sinistros, e dos muitos, a grande parte têm sido graves e fatais. É uma artéria que para além de muito movimentada, é via de ligação importante ao centro, tornando-a assim mais atribulada, quiçá pelos estacionamentos excessivos e indevidos, manobras impróprias e tudo mais.

Desta vez, foi um acidente provocado por excesso de velocidade, como de resto quase todos na mesma avenida, ainda que não houvessem ferimentos, pelo menos graves, a lamentar.

Cerca das 22 horas de sexta-feira, algumas pessoas que se encontravam a ver um espectáculo de cinema, no Cine-Estúdio, que se situa no Centro Comercial daquela avenida, foram chamadas, desta feita, a verem um outro espectáculo, este bem arrepiante e bem digno de figurar na tela, apesar de não ter havido intervenção de armas e explosivos usuais nos filmes, mas sim de uma amálgama de ferro e chapas por identificar, se o eram de verdade. Só que os principais intervenientes neste «espectáculo», não iam gostar do sucedido porque foram eles próprios os lesados. Pelo menos quatro.

Um Ford Fiesta, de matrícula QH-87-95, de cor cinzenta, abalroara um Fiat Uno 45, preto, de matrícula JA-19-34, estacionado ponderadamente, na berma e à sua mão, orientada para cima, como quem sobe a avenida. Só que este Uno por sua vez, como que numa cena cinéfola, com o impacto foi bater num outro Ford Fiesta, azul e de matrícula francesa 1327 SM 60, em frente igualmente estacionado. Este, por sua vez, fora ainda tocar numa carrinha Nissan de caixa aberta, QN-38-04, que ainda do mesmo modo estacionada e por estar assim, sofreu danos de pequena monta, porque como é evidente, a caixa aberta destes veículos, é mais difícil de amolgar. Mas o facto não ficaria por aqui, e não foi por acaso que se falou em «espectáculo»! O primeiro Ford Fiesta, tripulado por um senhor que soubemos chamar-se Afonso, ainda novo de idade, de quem ouvimos dizer que é vezeiro em correrias, foi embater ainda num outro Fiat Uno 45 S, também preto, de matrícula JN-59-82, mas este estacionado no outro sentido e lado da via, que fez parar o louco carro.

Mas o que é facto curioso, é que tudo aquilo juntinho, pelo que o mesmo Fiesta só tivera na sequência do despiste, de se atravessar na estrada, logo que embateu no primeiro Uno, talvez pelo impacto, e foi do modo como se encontrava na realidade, parado pelo segundo Uno.

Do resultado da velocidade excessiva, como se presume e está evidente, por sequência duma ultrapassagem mal feita a um camião, resultou o que as fotografias aqui inseridas podem minimamente documentar a brutalidade do embate que destruiu por completo o Fiat Uno do senhor José Júlio Moreira da Rocha, que havia emprestado há dias ao senhor Francisco J. Gonçalves Silva, de 23 anos de idade, mecânico (que tivera há poucos dias um outro acidente de onde o seu carro saiu para a sucata) e dava agora a possibilidade ao proprietário José Júlio de levar agora também aquele carro para o mesmo sítio.

O Fiesta de matrícula francesa, propriedade do senhor José Alberto Ganâncio, de 21 anos, ficara também fortemente danificado na traseira, ainda que na frente da viatura não tenha sofrido grande amolgadela, apesar do embate ter sido na caixa aberta da Nissan, que sofreu apenas umas lâmpadas partidas, por aquela caixa ser mais resistente. O causador de toda aquela brutalidade que originou aquele desaire, (não sofrera, não senhor!) danos consideráveis na proporção, a não ser no lado direito dianteiro que ficou contorcido, como é natural, mas nem assim ficou tão destruido ou torcido, como os outros, particularmente o primeiro Uno a ser embatido.

O Uno 45 S proprietário do senhor Armando Luís da Silva Ferreira, de 25 anos, sofrera alguns danos apenas na porta.

De todo o «espectáculo» o senhor Afonso, saiu quase ileso, indo receber apenas tratamentos hospitalares a pequenas escoriações na testa e não tardou de regressar ao «palco dos acontecimentos», para rever o «espectáculo» que realizara e produzira, tendo ainda entrado no carro a ver se o mobilizava.

Todavia, o reboque «pronto-socorro», veio buscá-lo, por sua vez aos outros no patamar, depois da GNR de Felgueiras ter feito as respectivas mediações e tomado conhecimento da ocorrência.

Quanto ao senhor Afonso, no outro dia de manhã, ouvira calmamente os lesados e fez a respectiva participação ao seguro, como de resto só seria de fazer.

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O estado em que ficou o Fiat Uno


Texto e Fotos - Mário Adão M. de Magalhães

O Caso, 12.01.1990

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4 Comments:

Blogger dutilleul said...

Caro Luis Oliveira,

Tem aqui um belo espaço museológico embora pouco animado. Mas enfim, nesse aspecto não é diferente de qualquer outro. Creia-me entre os amigos.
E é nessa qualidade que lhe chamo a atenção para a história do gato que não chegou a ser sodomizado. Ela foi sucintamente contada (aqui:http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2008/07/entretanto-o-pas-continua.html) mas podia ser acrescentada ao seu magnífico museu.

Saudações

Ps.: Se, porventura, desejar recomendar-lhe outras aquisições, como devo fazer?

10:36 da manhã  
Blogger Luís Oliveira said...

Obrigado pela recomendação. Um belo exemplar, sem dúvida. Se tiver mais basta deixar numa caixa de comentários.

12:11 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Luís Oliveira,
acabo de descobrir esta deliciosa peça que às primeiras linhas confundi com um Mendes de Magalhães. Aparentemente reúne todos os quesitos estilísticos para merecer a honra do seu espaço. Hesitei um pouco na recomendação. Por causa da história da gata dos comentários (!) e do resto, cheguei a suspeitar que se tratava de um Van Meegeren. Mas acho que também tenho olho para estas coisas; em meu aviso, isto é uma peça genuína.
Deixo-a ao seu cuidado. Pode avaliá-la aqui:

http://estupidos-stupid.blogspot.com/2007/06/perseguies-aspartame.html

Pendurá-la na parede ou não, isso aí … fica também ao seu cuidado.

Saudações

Dutilleul

1:46 da manhã  
Blogger Luís Oliveira said...

Um belíssimo díptico, caro Dutilleul! Já está a ser analisado pelos peritos do museu. Obrigado.

2:24 da manhã  

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